Em um set de gravação são usados diferentes dispositivos que trabalham com espaços de cor diferentes, com diferentes maneiras de interpretar um mesmo sinal digital. As câmeras digitais capturam a luz e a transformam em sinais digitais. Essa imagem será gravada em Raw ou passará por uma interpretação, um debayer, será salva em um espaço de cor logarítmico ou linear. Esse espaço de cor pode não ser apropriado para a exibição, então precisará ser convertido em um espaço de cor apropriado para o monitor utilizado. Cada monitor possui seu lut próprio de conversão, que é uma interpretação específica do fabricante que desenvolveu o aparelho, pensando em uma situação média. O monitor deveria estar calibrado, mas muitas vezes não está, tornando a interpretação desse sinal enganosa.
São tantos processos, automáticos, semi ou manuais, que muitas vezes fica difícil de confiar na imagem que aparece no monitor final do set de gravação. Muitos processos automáticos também acabam gerando uma pasteurização na imagem, a impressão de que tudo é a mesma coisa, câmeras mais simples aparentam responder semelhante a câmeras mais profissionais. Monitores profissionais parecem semelhantes a tvs tradicionais, o que é um falso engano.
Para evitar esses enganos são necessários equipamentos confiáveis e calibrados, e profissionais que saibam interpretar o que estão visualizando, não apenas nos monitores, mas também nos scopes e em diferentes espaços de cor.
Diretores de fotografia, por mais que muitas vezes tenham o conhecimento (nem sempre), muitas vezes estão ocupados com tantas outras tarefas que não conseguem cuidar atentamente de todos esses processos. Alguns assistentes podem possuir conhecimentos no assunto, mas também estão bastante atarefados para cuidar disso com devido cuidado.
Existe hoje um profissional específico com conhecimento adequado em toda a pipeline de trabalho da captura de uma imagem digital, que entende dos processos, das conversões e que vai garantir que a imagem capturada será a melhor possível de acordo com o objetivo da gravação. Esse profissional é o Técnico de Imagem Digital (TID / Dit).
O Tid vai ajudar o Fotógrafo e a equipe de câmera desde a escolha da câmera adequada, do formato, codec espaço de cor e outros aspectos de gravação, cálculo de mídias de armazenamento, até a criação de luts para visualização adequada no set de filmagem. Durante as gravações, vai contribuir com decisões de exposição das câmeras, garantir que as mídias sejam armazenadas com segurança e que o fluxo de trabalho seja seguro e confiável. Fará a ponte entre a gravação e a pós, contribuindo para que as demandas desta sejam realizadas da melhor maneira possível, minimizando os erros e melhorando o fluxo da pós.
A visualização em um espaço de cor logarítmico no set de filmagem é um erro, pois não é possível visualizar aspectos importantes da imagem nesses espaços de cor, mas uma conversão com um lut padrão em rec709 pode ser enganosa, esconder erros e gerar uma bola de neve de problemas, além de ficar longe de garantir todo potencial da imagem foi capturado.
Vantagens do DIT na produção:
- Pipeline de cor específico e correto de acordo com a demanda da produção e pós, contemplando demandas de Streamings como Netflix, com suporte para ACES;
- Exposição correta de acordo com o objetivo final da gravação;
- Cópias seguras via software específicos;
- Criação LUTs específicos para visualização já durante a gravação;
- Eventuais erros de captura são percebidos e corrigidos muito mais rapidamente com o Tid no set.
- Mais agilidade na pós-produção, especialmente de cor, pois os CDLs já são criados no set e endereçados para as cenas específicas.
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